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E esse tal de stress?

E todo mundo resolveu falar desse negócio de stress de uma hora pra outra. Mas stress não é só um nome chique pra chilique? Não é só se acalmar que passa?


Vamos entender direito que que isso quer dizer e no que que isso pode te interessar.



O stress é uma reação do nosso organismo a situações importantes e adversas que exigem que a gente se adapte. Quando falo de organismo não estou me referindo ao corpo, à mente, à psiquê, ao estômago, ao espírito, à alma ou qualquer que seja a divisão que se faça.


Estou falando do todo, do conjunto. Todo esse conjunto faz um esforço danado para se adaptar a uma situação nova, inesperada, persistente, desafiadora.


Inicialmente, o organismo produz adrenalina, que dá aquele "pique". A pessoa fica disposta a enfrentar tudo, cria alternativas pra resolver o problema, permanece alerta e produtiva.


Acontece que nenhum organismo "aguenta" ficar em alerta o tempo todo; quando isso acontece (porque a situação estressante ainda está presente ou novos estressores se somam), ele passa a buscar resistir para restabelecer o equilíbrio interno que está sendo quebrado - condição para que o organismo se recupere e possa encarar novamente a situação.


Se um período de recuperação não acontece (porque, em geral, não respeitamos essa necessidade do nosso corpo e exigimos dele o alerta constante), o organismo começa a se exaurir.


Nessa fase, a produtividade começa a cair e/ou passa a exigir um grande esforço consciente. É também o momento em que a produção de cortisol começa a se acentuar, o que, com o tempo, afeta nosso sistema imunológico e nos deixa suscetíveis a ação de vírus e bactérias.


Também pode acontecer de a situação estressora ser tão forte ou tão persistente ao longo do tempo e exigir tantas mudanças que nossa capacidade de adaptação se esgota. Não nos alimentamos direito, o sono fica prejudicado, a produtividade cai, os problemas se acumulam... enfim, a qualidade de vida sofre um grande impacto aqui.


Quando o organismo não consegue mais administrar a tensão, a resistência física e emocional começa a falhar: é a fase dos "altos e baixos", em que podemos pensar com clareza, tomar decisões e até ter momentos de relaxamento, oscilando com momentos em que nada disso parece possível ou exige muito esforço; a ansiedade passa a ficar evidente.


Por fim, a fase de exaustão. É quando o desequilíbrio interno é tão intenso que o organismo não pode mais lidar com ele. Mesmo com esforço, a pessoa não consegue mais manter a concentração e a produtividade, a falta de motivação agrava a situação, e tomam lugar doenças de todos os tipos: depressão, gastrite, úlceras, psoríase e até câncer (já que a barreira imunológica não mais consegue se manter), entre outras.


É claro que esta é uma divisão didática em etapas, e que elas não são necessariamente seguidas dessa maneira ordenada, assim como esse caminho não é sem volta: é possível interromper e reverter esse processo com algumas atitudes. Vamos a elas:


  • Alimente-se bem

A falta de nutrientes também ajuda na derrubada do sistema imunológico. Por isso, é importante que você se alimente bem, ainda que não sinta fome ou tenha muito apetite.


Procure não recorrer a refeições rápidas industrializadas (os tais congelados, fast food ou instantâneos).


Ao invés disso, invista em frutas (vitamina ou suco podem facilitar o consumo), legumes crus ou cozidos no vapor, e verduras ricas em vitamina do complexo B, vitamina C, magnésio e manganês (importantes para melhorar a absorção de nutrientes, entre outros benefícios).


  • Reserve um momento para o descanso

Você pode achar impossível relaxar nesse momento que está vivendo: muito o que resolver, decisões a serem tomadas, a vida exigindo de você mais do que você tem conseguido oferecer.


Mas lembra de quando falamos que o organismo começa a falhar quando tenta restabelecer o equilíbrio? Esse é o caso. Procure ajudá-lo nessa tarefa.


Um hobby, prática de esportes, yoga, meditação, relaxamento, momentos de lazer com amigos e família, filmes, música e leitura de assuntos "extras"... O que funcionar pra que você diminua o ritmo e dê tempo de o seu organismo lidar com o excesso de adrenalina produzido durante a batalha.


  • Cuide do seu sono

Dormir bem é um dos pré-requisitos do nosso organismo para se manter saudável ou se recuperar bem de um momento de stress ou de uma enfermidade propriamente dita.


Um sono de má qualidade influencia diretamente o nosso humor (ficamos mais irritáveis, pessimistas e rabugentos) e também a eficiência do nosso sistema imunológico.


Envolver-se em atividades relaxantes (como as descritas acima) para "desligar" o organismo aos poucos (ou exercícios de relaxamento propriamente), recorrer ao leite morno ou aos chás de camomila, erva-cidreira... o que funcionar pra você.


  • Pratique alguma atividade física

Pode ser uma caminhada diária, exercícios na academia, em casa, aulas de dança... Procure manter uma rotina diária de pelo menos 30 minutos de alguma atividade física.


Dessa forma, você ajuda o seu corpo a produzir um negócio que se chama endorfina, substância que causa uma sensação de calma e bem estar.


  • Adote um ponto de vista prático e realista

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Ficar mentalizando "tudo vai dar certo", independente das condições reais, pode ser tão danoso quanto achar o tempo todo que "tudo vai dar errado". Essas posturas acabam denunciando atitudes pouco condizentes com a busca da melhora. Sugiro às pessoas que elas sejam realistas. O que isso quer dizer?


Que não adianta muito dourar a pílula (nem muito menos se lamuriar quando a situação já é ruim por si só). Quando adotamos um ponto de vista realista, tendemos a nos envolver com aquilo que a realidade pede, com expectativas reais, que não sejam meras ilusões nem perda de tempo.


  • Invista em qualidade de vida

Eu sei que fica difícil falar em qualidade de vida quando você tem que fazer ou acompanhar um tanto de exames, procedimentos e tratamentos chatos, invasivos, dolorosos e limitantes. Mas é por isso mesmo que é um investimento.


Levando-se em conta todo o aconselhamento e as ordens médicas, procure "gastar" seu tempo (que é precioso) com pessoas importantes e interessantes pra você e em atividades que realmente agreguem valor à sua vida na condição atual, seja você paciente ou cuidador.


Procure saber, junto à equipe que te atende, qual a melhor forma de realizar aquilo que você tem vontade de fazer e mãos à obra!


Uma observação que preciso fazer aqui: se seus médicos ou o bom senso te dizem que a melhor forma é esperar (por um tempo, por novos exames ou por uma melhor fase do tratamento), espere e dirija sua energia pra alguma outra coisa possível nesse momento.


Todas essas dicas foram pensadas como forma de diminuir qualquer impacto que o stress pode causar, e nunca de gerar mais stress. Isso vale pra quem está doente e também pra quem cuida, certo?!


Até a próxima!









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